Salmo 78B

Melodia: Hartford

Métrica: 15. 15. 15. 14. 13. 12. 14. 13

Compositor: Eugene Monroe Bartlett, 1939

Metrificação: Comissão Brasileira de Salmodia, 2017

1

1 À minha lei, meu povo, escutai, prestai ouvidos.

Às palavras que ͜ eu pronunciar prestai bem atenção.

2 Meus lábios, bem abertos, em parábolas antigas,

Dos tempos idos contarei, enigmas narrarei.

3 Aquilo que ͜ aprendemos e ͜ os pais nos contaram

4 Oculto ͜ aos seus filhos não podemos deixar.

E ͜ à geração vindoura narrar as maravilhas,

Louvores do nosso Deus e ͜ o seu grande poder.

2

5 Instituiu preceitos; em Jacó, um testemunho.

Estabeleceu a sua lei no meio de ͜ Israel.

E ͜ aos nossos pais deu ordens que aos filhos transmitissem,

6 E ͜ a nova geração a Deus pudesse conhecer,

E ͜ os filhos que ainda hão de vir ao mundo

Também referissem aos descendentes seus,

7 A fim de que pusessem em Deus a confiança

E não se ͜ esquecessem mais dos feitos do Senhor;

3

Que ͜ a lei observassem 8 e seus pais não imitassem;

Geração rebelde, corações instáveis, infiéis.

9 De Efraim os filhos, mesmo ͜ armados de ͜ arco ͜ e flecha,

Fugiram do combate ͜ 10 e ͜ o pacto não guardaram mais.

Na lei não mais andaram, 11 de Deus se ͜ esqueceram,

Das obras gloriosas que muito lhes mostrou.

12 Prodígios fez aos pais lá na terra do Egito,

Na sua presença, ͜ então, no campo de Zoã.

4

13 O mar foi dividido, e os fez seguir avante;

Aprumou as águas como ͜ um dique ͜ 14 e ͜ os conduziu, então:

De dia, com ͜ uma nuvem; com clarão de fogo, ͜ à noite.

15 E, no deserto, fendeu rochas e ͜ os dessedentou.

O povo, então, bebeu de um modo ͜ abundante.

Tal qual de abismos, 16 da pedra fez brotar

Torrentes fez manar, muitas águas como rios,

17 Porém inda prosseguiram em se rebelar.

5

E contra ͜ o Deus Sublime, no deserto, pois, pecaram.

18 No seu coração, tentaram Deus, pedindo pelo pão

Que fosse do seu gosto 19 e, assim, falaram dele.

Falaram contra Deus, dizendo: pode acaso Deus

A nós nesse deserto ͜ uma mesa prover-nos?

20 Manaram as águas quando ͜ a rocha feriu.

Caudais, sim, transbordaram; mas pão poderá dar-nos?

Ou carne ͜ ao seu povo poderá Deus fornecer?

6

21 Ouvindo tudo isso, Deus ficou indignado;

E de Deus o fogo se ͜ acendeu, então, contra Jacó.

Também a sua ira levantou-se contra ͜ o povo,

22 Porque não creram no Senhor e ͜ em sua salvação.

23 Mas Ele ͜ aos céus deu ordens; e ͜ as portas se ͜ abriram;

24 Choveu sobre eles maná e cereal.

25 E cada qual comeu, sim, comeu o pão dos anjos,

Porque Deus lhes enviou comidas a fartar.

7

26 Do sul, do oriente, com poder, soprou um vento.

27 Sobre ͜ o povo Deus, sim, qual poeira, carne fez chover.

Dos mares, como areia, fez voláteis vir a eles,

28 Caindo sobre ͜ o arraial, das tendas ao redor.

29 Então, comeram muito, fartaram-se todos;

E ͜ o que desejavam Deus, pois, lhes atendeu.

30 Porém, o apetite eles não reprimiram;

Na boca estava ͜ ainda ͜ o alimento seu.

8

31 E Deus, ardendo ͜ em ira, contra Israel, seu povo,

Sobre ͜ os fortes semeou a morte ͜ e ͜ os jovens Deus prostrou.

32 Mas, mesmo assim, o povo prosseguiu no seu pecado;

Nas suas maravilhas todas preferiu não crer.

33 Por isso, que Deus fez que seus dias se fossem

Qual sopro; ͜ e ͜ os seus anos, em súbito terror.

34 E, quando Deus a morte mandava contra eles,

Então, sob contrição, buscavam ao Senhor.

9

35 Lembravam-se de que Deus era sempre ͜ a sua Rocha;

E ͜ o Deus Altíssimo, ͜ o Senhor, era seu Redentor.

36 Lhe ͜ elogiavam muito, mas somente com a boca,

Porém, com ͜ a língua, ͜ o povo, ͜ então, mentia para Deus,

37 Porque o coração deles não era firme;

Não tinham firmeza diante do Senhor.

E ͜ a sua aliança o povo não honrava;

E contra ͜ o concerto ͜ eterno foram infiéis.

10

38 Mas Deus, porém, que ͜ é sempre cheio de misericórdia,

Sempre compassivo, não destrói, desvia ͜ o seu furor,

Perdoa a iniquidade, não dá largas à sua ͜ ira,

Reprime sua ͜ indignação, sua ira Deus contém;

39 Pois lembra-se que ͜ o povo é feito de carne,

Qual vento que passa sem nunca mais voltar.

40 Por muitas vezes, foram rebeldes no deserto;

No ermo, provocações lançaram contra Deus.

11

41 De novo, agravaram; ao Deus de ͜ Israel tentaram.

42 Não lembraram mais do seu poder nem que lhes resgatou

Das mãos do adversário 43 e de como, no Egito,

Prodígios Deus realizou no campo de Zoã;

44 E, ͜ então, aos rios deles converteu em sangue

E, ͜ assim, das correntes não pudessem beber;

45 De moscas aos enxames mandou que devorassem;

E rãs, pois, Deus enviou para lhes destruir.

12

46 E Deus suas colheitas entregou aos gafanhotos

E do seu trabalho ͜ a produção às larvas destinou.

47 E destruiu suas vinhas com as chuvas de granizo;

Suas figueiras com geadas Deus lhes devastou.

48 O gado ͜ e ͜ os seus rebanhos entregou aos raios;

49 Lançou contra eles sua ira, com furor,

Indignação, ruína e cólera divina,

E ͜ os anjos em legião com males a cumprir.

13

50 Deu livre curso à ira, não poupou ninguém da morte,

Mas à pestilência Deus a todos eles entregou.

51 Feriu de morte ͜ os filhos, primogênitos do Egito;

De Cão, nas tendas, as primícias do poder viril.

52 Seu povo, como ͜ ovelhas, Deus fez que saísse

E, como ͜ um rebanho, no ermo Deus guiou.

53 Levou-o ͜ em segurança e, sem temor, seguiram,

Ao passo que ͜ ao inimigo ͜ o mar o submergiu.

14

54 E, ͜ então, levou o povo para sua terra santa

E até ao monte que ͜ o Senhor com a destra ͜ adquiriu.

55 Nações que lá estavam expulsou e suas terras

Com eles repartiu e, ͜ ali, as tribos fez herdar.

56 Ainda ͜ assim, tentaram a Deus, o Supremo

E lhe resistiram, quebrando ͜ a sua lei.

57 Atrás voltaram como seus pais, aleivosos.

Fugiram, pois, do Senhor qual arco ͜ enganador.

15

58 Com ͜ os altos provocaram e a Deus o incitaram.

Com imagens de ͜ escultura, pois, seu zelo despertou.

59 E Deus, ouvindo isso, ficou muito indignado.

E sobremodo ͜ aborreceu seu povo, Israel.

60 Abandonou Siló com o seu tabernáculo

E ͜ a tenda na qual entre ͜ os homens habitou.

61 E ͜ a arca da sua força passou ao cativeiro

Sua glória Deus transferiu à mão do opressor.

16

62 Deus entregou, com ira, o seu povo à espada.

Contra ͜ a sua própria ͜ herança Ele se ͜ encolerizou.

63 Seus jovens foram todos devorados pelo fogo

E ͜ as virgens deles não tiveram canto nupcial.

64 Caíram à espada os seus sacerdotes;

E ͜ as suas viúvas nenhuma lamentou.

65 E Deus se despertou, como ͜ estando em um sono,

Tal forte que se ͜ exaltou após vinho beber.

17

66 Fez recuar a golpes adversários do seu povo

E desprezo permanente ͜ a eles Deus lhes cominou.

67 Também Deus rejeitou, pois, de José a sua tenda

E ͜ ainda mais não elegeu a tribo de ͜ Efraim.

68 Mas, antes, escolheu de Judá sua tribo

E ͜ o monte Sião, pois, que tanto Ele amou.

69 E fez o santuário tal como ͜ os céus durável

E firme qual terra que, para sempre, fundou.

18

70 Também Davi, seu servo, que por Deus foi escolhido,

Foi tomado, pois, dentre ͜ as ovelhas e dos seus redis.

71 Tirou-o do cuidado das ovelhas e das crias,

Para pastorear Jacó, o povo de Israel,

Seu povo, sua ͜ herança. 72 Com integridade

Do seu coração, ele, ͜ então, apascentou,

Seu povo, sua ͜ herança, consoante ͜ integridade.

Com mãos precavidas, pois, então, os dirigiu.